Funcionários preferem dress code informal do que aumento no salário
Pesquisa mostra que um terço pediria demissão ou recusaria um emprego por ter que se vestir de maneira mais formal
A exigência por uma roupa formal no ambiente de trabalho têm um impacto direto na relação que os profissionais desenvolvem com seus empregadores. Pesquisa realizada nos Estados Unidos com 1.204 profissionais mostra que 33% pediria demissão ou recusaria uma oferta de emprego caso lhes fosse exigido trabalhar com dress code formal. Um número igual de entrevistados, um terço, afirmou que preferia um trabalho onde pudesse se vestir de modo mais informal a um aumento considerável de salário
Os resultados do estudo, realizado em junho e julho de 2019 pela OmniPulse em parceria com a empresa de recrutamento Randstad, indicam que um dress code mais flexível têm ganhado espaço dentro das empresas americanas. Setenta e nove por cento dos entrevistados afirmaram que suas empresas têm código de vestimenta que variam do casual para o inexiste.
Entre as companhias tradicionais que flexibilizaram seu dress code para todos os funcionários neste ano no país, estão o Goldman Sachs e a Virgin Atlantic. “A natureza do trabalho – onde, quando e como é realizado – mudou drasticamente nos últimos anos e muitas dessas mudanças (open office, trabalho remoto) contribuíram para um ambiente menos formal”, disse Traci Fiatte, CEO Professional and Commercial Staffing da Randstad US. Isso não quer dizer que as novas gerações, por exemplo, não ligam para a roupa que vão trabalhar.
Informalidade é a nova regra no ‘dress code’
A maioria dos profissionais de 18 a 35 anos (63%) diz preferir se arrumar para o trabalho por que isso “aumenta sua confiança e desempenho”. No grupo de entrevistados de 35 a 64 anos, essa disposição aparece em menor número (51%). Um dado curioso é que 40% dos millennials preferem derramar café antes de uma reunião importante do que aparecer vestindo a mesma roupa que seu chefe.
Há um momento, porém, em que o dress code formal continua importante para os entrevistados: na hora da entrevista de emprego. Na linha “é melhor pecar pelo excesso”, 65% deles acham importante vestir um traje formal, como um terno, durante a entrevista – independentemente do quão formal é o ambiente de trabalho da empresa. 42% dos entrevistados, inclusive, disseram que preferem chegar 20 minutos atrasados em uma entrevista do que aparecerem malvestidos ou desarrumados. Quando a entrevista é realizada por vídeo, metade dos profissionais disseram vestir roupa formal apenas da cintura para cima.
No dia a dia da empresa, 38% dos entrevistados de 25 a 35 anos afirmaram que já ouviram de um gestor ou profissional de RH para se vestirem de “modo mais profissional” e 28% disseram que as roupas de colegas os fizeram se sentir desconfortáveis porque eram “reveladoras” demais. Entre as vestimentas que “não pegam bem” independentemente da flexibilidade do dress code, apareceram calça jeans rasgada para 73% dos entrevistados, leggings para 56% e sapatos com saltos altíssimos para 50%.
No Brasil, a flexibilização do dress vem ganhando espaço em empresas de diferentes tamanhos e setores, como mostra o aumento nas avaliações com esta menção publicadas na plataforma da empresa de recrutamento Glassdoor. “Essa tendência vêm aumentando devido ao crescimento do número de startups, que são conhecidas por terem dress codes mais livres, mas também porque grandes empresas em setores mais tradicionais, como o financeiro, têm se esforçado para flexibilizar as vestimentas exigidas”, disse Luciana Caletti, vice-presidente do Glassdoor da América Latina.
A B3, por exemplo, aboliu o dress code praticado por anos na empresa, grandes bancos como Itaú, Bradesco e Banco do Brasil flexibilizaram o código de vestimenta e o Banco Pan liberou o uso de bermudas, camisetas e tênis para todos os funcionários, com exceção da área comercial. “Pode parecer algo pequeno, mas é um aspecto visto e citado como muito positivo pelos profissionais na hora de avaliar as empresas. Do outro lado, torna a empresa mais atraente e acessível para muitos profissionais ”, afirmou Luciana.
Fonte: Valor Economico
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